domingo, 21 de abril de 2013

Acabei de abrir o programa, e agora?

A primeira reação de todo mundo quando abre um programa novo é "tá bem... O que eu faço agora?", e muitas vezes esta reação é seguida de ansiedade, confusão e desilusão. Tendo dito isso, o FL Studio é um programa relativamente simples, no sentido de que não é muito difícil se encontrar de forma a conseguir fazer algo, mas a esmagadora maioria das funções importantes não são tão evidentes, deixando o usuário com a impressão de que ele está perdendo alguma coisa. Neste primeiro post eu vou fazer uma introdução ao programa, e uma visão por alto das ferramentas que você tem à sua disposição.

Antes de tudo, se meus ensinamentos não forem suficientes, você pode acessar a documentação oficial no site (que é igual à documentação no Help do programa). A minha versão do programa é a versão 9, portanto acabarei por não cobrir certas melhorias da versão mais recente.

O layout do programa é algo assim:

WAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH

Desesperado? Sua tela deve estar mais simples que isso, aqui eu simplesmente estou mostrando os itens mais importantes do programa para referência. E não se preocupe, a interface pode ficar muito mais bagunçada que isso.
Mas não se sinta angustiado/a, estou aqui pra te situar. Antes de começar a parte boa, vale comentar as abas mais básicas do programa.



Como a aparência deve entregar de cara, é aqui que você toca sua música; um pouco escondido até, mas qualquer usuário do Winamp já deve estar acostumado. Além disso, também há controle de tempo (a "velocidade" da sua música) e a opção de escolher entre "Pat" (Pattern) e "Song" (Sua música), tal como um seletor de Patterns; logo falo disso.
O botão mais escuro, quando ligado, permite que você grave uma performance ou automação enquanto a música toca, o que é necessário caso você queira usar um controlador MIDI*. Nesse momento, tudo que você faz para controlar a música será convertido em automação ou partitura em Piano Roll.



Menu principal do programa. Nada fora do costume aqui, apesar de uns segredos bem guardados que eu talvez cubra num post futuro.
A barra embaixo mostra informações importantes de cada coisa, objeto ou configuração por cima de qual você estiver com o mouse, embora você possa abrir uma barra no canto inferior do programa (View > Toolbars > Hint Bar) que faz essencialmente a mesmíssima coisa.

*- Vale lembrar que MIDI é um protocolo de controle para instrumentos virtuais e seus parâmetros, e isto, como muitos não sabem, não se limita àqueles instrumentos genéricos mal feitos daquelas músicas que tocavam nas mais diversas webpages no começo dos anos 2000.


Seções principais


Neste software, as grandes áreas de trabalho são estas:
  • a Channel Window,
  • a Playlist,
  • e o Mixer
É claro, existem outros menus de suma importância (atributos dos instrumentos, automação, etc), mas estão majoritariamente englobados nestes que devem ser os três pilares da sua produção.

Channel Window / Step Sequencer

Acima: A percussão que vai fazer você sentir vergonha da sua primeira música daqui a uns anos


Aqui se armazena instrumentos e samples, e é também aqui que se cria a música através de sequências se notas, sons e automação, em pacotes chamados Patterns. Pode-se criar no máximo até 999 Patterns, mas ninguém chegar até isso, né?
Esta screenshot mostra uma pattern vazia, com os instrumentos que vem no template "Basic" do programa, que se não me engano é o padrão. Sons são acrescentados ou do jeito que está, iluminando os quadradinhos na sequência e ritmo desejados, ou abrindo-se o Piano Roll, que é um sequenciador mais completo e bem mais indicado (com suas devidas exceções).
Piano Roll sendo ele mesmo

Se o LEDzinho da aba de controle estiver laranja, em cima de "Pat", quando você der Play, o que será tocado será apenas a Pattern que você está vendo.

Playlist

Parece pacata agora, mas a Playlist muda um bucado quando tem de fato música nela.


Nesta seção é feita a organização das Patterns e samples, assim como automação, para criar a música em si. Quando o LED da aba de controle estiver verde, em cima de "Song", você ouvirá o que se passa na Playlist.
DAWs (Digital Audio Workstations) como o FL Studio são utilizados para músicas puramente eletrônicas, sintetizadas dentro do programa, ou para organizar e juntar gravações separadas de diversos instrumentos para uma música, embora geralmente seja uma combinação dos dois.
De qualquer forma, a Playlist é, de forma mais simples, a sua música. Você basicamente pega os pedaços, que podem ser patterns, samples ou automation clips (terei a oportunidade de falar mais sobre automação num post futuro... Mas se você é iniciante eu lhe aconselho a passar longe no começo porque dá uma dorzinha de cabeça).

Mixer

Mesas de mixagem: Fornecendo auto-tune ao T-Pain desde 2005

Temos aqui a parte mais técnica do programa. Não adianta muito fazer uma bela composição se não for possível transcrever para um bom som, não é verdade? Aqui se controla efeitos e ferramentas para cada canal, assim como volume e posição (Panning). Basicamente, quando você lê os créditos de algum disco e tem alguém citado por mixagem, é alguma coisa desse tipo que estes indivíduos usam.
Explicando... Veremos num post próximo que cada instrumento funciona no seu canal de áudio (de padrão, geralmente é o canal Master), e cada um destes canais tem as suas configurações independentes, relativas a variados controles, incluindo volume, saídas auxiliares, estéreo, efeitos e um equalizador embutido que todo mundo acaba perdendo de vista.


Outras seções e abas


Atalho perfeito nas mãos corretas, ferramenta inútil nas minhas.

O browser é, como o nome indica, um navegador do conteúdo do programa. Eu pessoalmente não consigo me dar bem com ele, sempre achei a interface muito avoada e é difícil achar o que eu quero, mas quem mexe com o Browser com naturalidade consegue facilmente encontrar samples, loops, sequências de notas, instrumentos e mais, e transferi-los com um arraste no seu projeto.


A aba da esquerda mostra o quanto de CPU que o seu projeto está utilizando ou tem disponível (troca-se entre os dois num menu com clique direito do mouse); a aba da direita mostra o tempo em minutos ou fração métrica de batida ou passo.


Essa aba aqui (no programa chamada de Recording Panel) tem certa importância, contendo diversas opções de auxílio, excepcionalmente úteis para gravação, embora algumas sejam úteis em diversas circunstâncias. A descrição de cada configuração vai para um post futuro, mas de começo o que você precisa saber é que o primeiro botão permite usar o teclado pra tocar notas na hora e o botão logo abaixo deixa tocando um metrônomo pra ajudar com o ritmo.

O monitor de saída serve como osciloscópio (medindo a forma das ondas sonoras) ou espectro (medindo as frequências), e as barras na direita mostram o volume, ficando avermelhadas quando o volume atingir o limite. Essas medidas são úteis para um olhar rápido do som da música, quando não for suficiente confiar nos próprios ouvidos, mas vale lembrar que são apenas quebra-galhos, e existem ferramentas mais claras (e principalmente maiores) que podem ser acessadas em outros cantos do programa.



A aba da esquerda tem atalhos para: Undo/Redo, salvar projeto, salvar como arquivo de áudio, abrir o editor de gravação, gravar diretamente (pro editor ou para a Playlist), informações do projeto e a Ajuda do programa.
E finalmente, a aba direita tem atalhos para as seções principais já comentadas (Mixer, Channel Window e Playlist), mais o Piano Roll e o Browser.



Eeeeeeee é só isso por agora. Não falei de nada excepcionalmente legal, mas muita gente que resolve se aventurar pelo programa já tende a perceber que está perdendo muita coisa, então esse tutorial aqui foi mais para dar uma idéia das áreas pelas quais o programa se expande.

No próximo post eu devo falar a respeito da Channel Window, ou de gravação, dependendo qual eu terminar primeiro. Abraço a todos!

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Introdução

Olá,

Conheço várias pessoas que foram tentar mexer no FL Studio e cansaram logo depois, por desinteresse ou conhecimento insuficiente no programa. Com o primeiro problema eu não posso ajudar, mas criei este blog para remediar o segundo. Aqui eu vou postar tutoriais a respeito de como operar com o programa, dicas sobre alguns aspectos de produção e, se eu tiver saco, algumas coisas a respeito de composição musical.

Vale lembrar que eu mesmo não sou um profissional e também não tenho conhecimento pleno a respeito deste programa ou de música de forma geral, mas permita-me transmitir a você o que aprendi durante os meus anos mexendo com esse programa.