A parte composicional é a parte mais importante da sua música sem dúvida, mas não ajuda muito se, após transcrever a sua composição com os instrumentos certos e notas e organizá-la pela Playlist, sua música soa tão agradável quanto um engavetamento numa avenida perigosa. O Mixer está aí como o instrumento principal de aprimoramento da qualidade sonora, embora também tenha uso como hospedeiro pra algumas utilidades, como o editor de áudio Edison e o visualizador WaveCandy.
Outra imagem roubada do primeiro post
Para quem não tem costume de mexer com produção de música interface do Mixer (bem análogo a mixers analógicos) é basicamente esta. O mixer contém 105 canais (99 normais, 4 canais "send", que eu suponho que existem só por questão de compatibilidade com projetos de versões antigas, um canal que age sobre seja lá qual canal estiver selecionado, e o master, que é o canal responsável pelo som propriamente dito), cada canal pode ter seus parâmetros alterados individualmente. Isso parece ser um fato simples de constatar e entender, mas será extremamente importante na hora de distribuir os instrumentos sobre os canais. Mas como eu faço isso em primeiro lugar?
Quando você seleciona um instrumento, aparece uma janela do lado com uma porrada de coisas (incluindo, algumas vezes, parâmetros do próprio instrumento, caso os controles estejam embutidos na janela). Eu entrarei em mais detalhes depois, mas por agora foque-se nessa parte da print acima: Vê esse LED escrito 1, com "FX" escrito embaixo? Aquilo está indicando a qual canal o instrumento está ligado, dentre os 99 canais normais. Você não pode ligar um instrumento a mais de um canal, mas como eu vou mostrar mais tarde, você pode ligar um canal ao outro.
Oito slots pra efeitos e um monte de coisas aparentemente complicadas que não aparecem na screen
A aba da direita (que pode ser levada à esquerda nas opções, se você fizer questão) contém 8 slots pra efeitos e uma porrada de coisa embaixo. A opção "IN" no topo se refere ao áudio do microfone, e se você configurar direito você pode levar o seu áudio do microfone direto no canal (como se fosse um instrumento mesmo). Para adicionar um efeito, é só clicar na setinha abaixo e escolher; pra ligar e desligar o efeito, usar a luzinha verde, e o FL Studio também permite que apenas parte do sinal passe pelo efeito, ajustando o botão na direita respectiva.
Na imagem acima eu deixei aparecendo também dois botõezinhos de controle lá embaixo, referentes ao estéreo e ao equilíbrio. O controle de equilíbrio é igual ao que tem embaixo de cada channel no mixer, mas eu queria mesmo chamar atenção ao estéreo, que quando levado à direita extrema, torna o canal completamente mono. Isto pode ser muito útil em termos de testar um certo efeito, ou simplesmente quando você deseja reduzir, ou amplificar (levando o controle à esquerda) o estéreo do canal. Ainda mais abaixo (não aparecendo na imagem) estão um equalizador simples, o controle de volume do canal e compensação de delay (que é uma coisa mais específica que você, mais provavelmente, não deverá se preocupar), além de mostrar o output de áudio (que, como vou falar um pouco mais à frente, não deve ser nenhum exceto para o canal Master).
Um aspecto importante do mixer é a lógica envolvida e a variedade de procedimentos que você pode adotar para ter a organização ou resultado desejado. Para isso, é importante primeiro conhecer firmemente os conceitos de input e output. São conceitos bem simples que você já deve conhecer, mas tê-los em mente enquanto mexe no mixer é fundamental; basicamente, um input recebe sinal e um output manda sinal.
O mixer funciona com a seguinte lógica: Instrumentos ou samples enviam sinal pra um certo canal; este canal manda o sinal direto para os efeitos que, na ordem em que aparecem, vão enviando sinal modificado um para o outro, até que o último efeito manda sinal para os controles gerais do canal, e o sinal resultante será o verdadeiro sinal que aquele canal vai enviar. Por fim, o canal Master recebe os sinais dos outros canais (de padrão), passa por seus efeitos e configurações e finalmente lança como áudio. É importante ressaltar aqui que o canal Master é o único responsável pelo áudio em si, enquanto os outros canais enviam sinais para o Master para que participem do áudio também
Parece enrolado, mas a lógica, no final das contas, é:
Entrada -> Efeitos do canal -> Configuração do canal -> Master -> Áudio.
Por fim, é interessante lembrar que o mixer recebe sinais como entrada, mas não sequências de notas ou automação (muito embora você possa perfeitamente automatizar parâmetros num mixer). É uma noção que às vezes ajuda a entender a função do mixer nisso tudo.
O mixer funciona com a seguinte lógica: Instrumentos ou samples enviam sinal pra um certo canal; este canal manda o sinal direto para os efeitos que, na ordem em que aparecem, vão enviando sinal modificado um para o outro, até que o último efeito manda sinal para os controles gerais do canal, e o sinal resultante será o verdadeiro sinal que aquele canal vai enviar. Por fim, o canal Master recebe os sinais dos outros canais (de padrão), passa por seus efeitos e configurações e finalmente lança como áudio. É importante ressaltar aqui que o canal Master é o único responsável pelo áudio em si, enquanto os outros canais enviam sinais para o Master para que participem do áudio também
Parece enrolado, mas a lógica, no final das contas, é:
Entrada -> Efeitos do canal -> Configuração do canal -> Master -> Áudio.
Por fim, é interessante lembrar que o mixer recebe sinais como entrada, mas não sequências de notas ou automação (muito embora você possa perfeitamente automatizar parâmetros num mixer). É uma noção que às vezes ajuda a entender a função do mixer nisso tudo.
Roteando os sinais
Destaquei, na imagem aí, um trechinho do mixer. Nota-se na parte inferior (abaixo dos controles individuais de volume) setinhas transparentes, uma sobre cada canal. Clicar na setinha de determinado canal irá fazer com que o sinal do canal atual (o selecionado) vá a este. Observe que, de padrão, todos os canais estão enviando sinal para o Master (e só para ele); na figura, o canal 1 está enviando sinal ao Master, e é bom notar que há também um botão sobre a setinha (agora amarela). A utilidade disso não deve estar ainda clara, portanto vou fornecer dois exemplos de usos desta função.
Talvez eu tenha me extendido muito aqui (e considerando o tempo que demorou pra eu terminar isso, já saiu do reino do "talvez"), mas garanto que é mais fácil aprender testando na prática. Resumindo tudo, não se esqueça: Canais individuais! Você pode organizar canais entre si! O áudio só sai do Master!- Sidechaining: Alguns poucos plugins de efeito aceitam outros canais como input para certas funções. Vou usar como exemplo o Fruity Limiter, que é capaz de receber outro canal para aplicar compressão sonora (que, para os leigos, é algo de certa forma parecido com abaixar o volume); um efeito muito comum entre alguns músicos é usar kicks em sidechain, que participam fazendo a compressão funcionar em função do sinal ("volume") que vem do canal de sidechain. Para deixar um canal em sidechain, basta rotear o canal de sidechain ao canal que irá sofrer seus efeitos, e considere que o sidechain terá a mesma intensidade independente do volume que você botar neste roteamento (mais uma vez, no botão sobre a setinha amarela), portanto permitindo com que você realize o efeito sem que o sinal do canal de sidechain vá para o áudio.
- Double-tracking: É um tipo de efeito estéreo em qual você usa um mesmo instrumento para dois canais de áudio diferente (um à esquerda e um à direita). Para exemplificar de forma prática como double-tracking usa as capacidades de input dos canais, vou citar um exemplo que eu utilizo normalmente.
- Meu plugin de guitarra tem capacidade nativa de double-tracking; isso quer dizer que eu posso tocar duas guitarras ao mesmo tempo com samples diferentes (mas tocando as mesmas notas), em canais separados. Então, eu sempre boto uma guitarra 100% à esquerda e outra 100% à direita, em dois canais separados que recebem os mesmo efeitos com as mesmas configurações, mas de forma ainda totalmente separada. Contudo, alguns pós-efeitos, tais como equalização e controle de volume, podem ser aplicados ao som final que sai da combinação dos dois canais, e é muito inconveniente ajustar duas vezes cada um. E é por isso que eu sempre junto os canais em um só após aplicar simulação de caixa do amp e distorção, com o método que já descrevi.
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